A primeira dinastia também conhecido como Afonsina ou de Borgonha, foi fundada por D. Afonso Henriques, que se proclamou rei em 1139, e continuou até D. Fernando I, que morreu em 1383, dando origem a uma crise de sucessão que só se resolveu com o surgimento de uma nova linha sucessória.
Em 1095, o Condado Portucalense foi dado como dote a D. Henrique, Conde de Borgonha, pelo seu casamento com D. Teresa, filha de Afonso VI, rei de Castela e Leão. O Conde, acompanhado do primo D. Raimundo, foi um dos muitos nobres francos que chegaram à Península Ibérica para combater os muçulmanos. Do casamento de D. Henrique e D. Teresa irá nascer Afonso Henriques, que vai proclamar a independência do Condado, transformando-o em reino em 1139.
A batalha de S. Mamede foi um confronto decisivo para a independência de Portugal travada entre os barões portucalenses, comandados por D. Afonso Henriques, contra as forças de sua mãe, D. Teresa, defensores de uma união com a Galiza. O recontro militar aconteceu a 24 de junho de 1128 no campo de S. Mamede, próximo de Guimarães.
Sobre D. Afonso Henriques (1109?-1185) existem mais dúvidas do que certezas. Não se sabe, por exemplo, a data ou o local de nascimento do primeiro monarca português. Sabe-se assumiu a liderança do Condado Portucalense após vencer, em 1128, a Batalha de S. Mamede contra as forças de sua mãe, D. Teresa, aliada do Reino de Leão. Em 1139, proclamou-se rei, sendo reconhecido como tal, pelo Papa, em 1179.
D. Sancho I (1154-1212) continuou a política de expansão do reino, chegando a conquistar Silves e Albufeira, no Algarve, praças que voltaria a perder. Foi o primeiro monarca a utilizar o título de Rei de Portugal e dos Algarves. Guerreou muçulmanos e cristãos. Preocupou-se com a reorganização administrativa do território e com a criação de condições para o povoamento das várias áreas do reino.
Silves era uma importante cidade muçulmana e foi tomada e perdida pelos cristãos antes de ser de novo conquistada. Na primeira vez que os portugueses ocuparam a cidade contaram com ajuda de cruzados estrangeiros que deixaram um rastro de morte.
D. Afonso II (1185-1223), também ficou conhecido como o rei que foi gafo, expressão utilizada para identificar os leprosos, doença que o atacou e deformou. Os primeiros tempos do seu reinado ficaram marcados por conflitos internos com as irmãs e com a grande nobreza. Foi um monarca preocupado com a gestão e organização do reino, implementando um conjunto de leis gerais para assegurar a governação.
Cristãos e muçulmanos travaram sangrentas batalhas para dominar esta fortificação estratégica na defesa do Alentejo. O castelo de Alcácer do Sal só ficou definitivamente português em 1217, no reinado de Afonso II. O apoio dos cruzados determinou a vitória.
A conquista de Lisboa está associada à lenda de Martim Moniz. O cavaleiro que morreu entalado entre portas impedindo que estas se fechassem para permitir a passagem dos cavaleiros de Afonso Henriques. Mas será que há algum fundo de verdade neste episódio?
D. Sancho II (1209-1248) teve um reinado atribulado e turbulento que terminou com a entrega do reino ao irmão mais novo, D. Afonso III. Tinha herdado o trono ainda criança após a morte do pai, D. Afonso II. A tenra idade de D. Sancho deixou o reino aberto a diversos abusos, nomeadamente pela nobreza. As manifestações populares e a intervenção do clero, nomeadamente do Bispo de Braga, levam à intervenção do Papa que lhe retira a coroa.
Tavira foi conquistada pelas hostes cristãs em 1242, numa operação comandada por Paio Peres Correia, um português, Mestre da Ordem de Santiago, que participou ativamente na reconquista do Algarve.